sexta-feira, 13 de agosto de 2010


O SACI-PERERÊ, O DUENDE BRASILEIRO
Na maioria das lendas Tupis, o Saci se apresenta sob a forma de um pássaro. Distingue-se pelo canto, que consiste em duas sílabas: "sa-cim". Foi pura superstição que fez do Saci o que ele é hoje, afamado por suas traquinagens e brincadeiras.
Quando os Tapuias ouviam seu canto, os velhos o esconjuravam, as crianças procuravam o aconchego do colo de suas mães, os pais tremem, mas não negam o fumo que espalham pelas cercas dos quintais, para que o Saci se cale e se retire, levando com que satisfazer o vício de fumar.
Impondo-se à crendice popular como um pássaro possuído pelo demônio, o Saci, adquiriu feições de gente e à noite vagueava pelas estradas, cantando e assobiando.
Contam que nos tempos coloniais, quando se avistava uma moça magra, triste, pálida, logo diziam:
- "Isso é obra de Saci", porque, segundo os velhos colonos, as moças se apaixonavam por ele, sendo a morte a conseqüência inevitável desta paixão. Daí as quadrinhas consagradas no folclore popular:
"Menina, minha menina,
Quem te fez tão triste assim?
De certo foi Saci
Que flor te fez do seu jardim."
Sua imagem e sua lenda, sofreram transformações quando em contato com elementos africanos e europeus. Suas características comportaram muitas variantes. Cada qual o vê a seu modo. De suas diabruras foram narradas coisas espantosas. Não se têm conta do número de molecagens e sortilégios que o diabinho infantil praticou. À noite dava nó na crina dos cavalos, roubava os ninhos das galinhas,, cuspia nas panelas quando a cozinheira era preta, deixava as porteiras abertas, assobiava como o vento nas janelas e nas portas, etc.
O cavalo era uma das suas vítimas preferidas. Segundo a crendice popular, o Saci corre as pastagens, lança um cipó no animal escolhido e nunca errou, trança-lhe a crina para amarrar com ela o estribo e, de um salto, ei-lo montado. O cavado toma-se de pânico e deita a corcovear campo a fora, enquanto o Saci lhe finca o dente no pescoço e chupa seu sangue.
Há também quem lhe pinte com feições mais perversas, descrevendo-o como o "terror dos caçadores", que salta à garupa dos cavaleiros, chibatando-os e torturando-os. Suas travessuras, entretanto, é o que lhe garantiram a popularidade em todo o País e fora dele também. Conheça um pouco da sua estória....
SACI E A PERNA DE PAU
Conta-se que numa noite, há muito tempo atrás, em que outros homens se divertiam jogando e bebendo, um deles, chamado Felício, resolveu dar umas voltar e se deliciar com o luar. Sentou-se num grosso tronco de ipê, a beira do riacho e começou a preparar um "pito". Foi quando ouviu uma vozinha:
- "Moço, tem um pouco de fumo aí?".
Pensando que fosse um de seus amigos, virou-se para responder, quando deu com o Saci. Ele lhe sorria segurando um cachimbinho vazio.
Felício, ficou branco, depois verde, um arco-íris de cores, tamanho foi seu susto. Quis gritar, mas sua voz sumiu por encanto, ou medo mesmo. O Saci chegou mais perto e disse:
- "Não tenha medo, meu amigo. Só quero um pouco de fumo."
Felício faz um esforço danado e tira do bolso um pedaço de fumo.
- "Aqui está!". Diz ele ao Saci, mal conseguindo balbuciar as palavras.
- "Assim não serve. Respondeu o diabinho. "Tem que ser picado, pois não tenho canivete".
Com medo de irritar o Saci, o pobre homem tratou de fazer rapidinho o que ele lhe pediu. Depois, com muito sacrifício, Felício deu o fumo ao Saci.
- "Encha o pito!"
- "Agora acenda!". Ordenou ele.
O Saci passou então, a dar baforadas de satisfação. Passados alguns minutos, o danadinho chegou mais perto e perguntou a Felício o que estava fazendo tão longe de casa. Felício explicou então que trabalhava com madeiras e foi contando sua história... No final o Saci deu uma grande risada e disse:
- "Madeira, não é mesmo? Pois é justamente o que eu estava procurando..."
- "Mas para que?" Pergunta Felício.
- "Olhe, pois vou lhe confessar uma coisa, as vezes tenho muita vontade de ser como as outras pessoas e ter duas pernas, entende?
- "Ah!". Respondeu, compreendendo a intenção do Saci. "Você quer que eu lhe faça uma perna de pau, não é mesmo?"
- "Pois é isso mesmo e te darei três dias para que esteja pronta, senão não darei sossego a você e seus companheiros!" Em seguida saiu pulando e sumiu no meio do mato. Felício voltou ao seu barracão e contou aos companheiros o acontecido. Uns acreditaram ,outros acharam que tinha bebido demais.. Até que Felício acabou esquecendo o caso. No terceiro dia, conforme prometido, quando os homens estavam em pleno trabalho, eis que um menino de gorro vermelho surgi à porta do barracão. Quando deram com ele..vocês nem podem imaginar..uns empurravam os outros, caiam, levantavam-se e acabaram saindo todos pela abertura da janela. Apenas Felício ficou lá, estarrecido! Daí perguntou:
- "O que você quer?"
- "Ora, ora. Então não sabe? Vim buscar minha perna de pau, lembra-se? Não vá dizer que ainda não está pronta?"
Felício gaguejou, atrapalhou-se todo até que consegui dizer que ainda não estava pronta. O Saci xingou, esbravejou, mas acabou indo embora com a promessa que tudo estaria pronto dentro de mais três dias.
Felício saiu atrás dos homens. Gritou um tempão até conseguir reunir todos. Eles não queriam ficar mais no barracão. Não queriam nada com o Saci. Ajudar a fazer a perna dele? Nem sonhando! Mas acabaram concordando, pois era a única maneira de se livrar do diabinho.
Trabalharam com afinco. No dia marcado, o Saci voltou e ficou muito contente. Todos suspiraram aliviados. Mas pensam que a estória acaba assim? Que nada! Ele falou que desejava uma perna para cada Saci de sua família. Não esperou resposta, deu um assobio e logo o barracão ficou cheio de sacis. É claro que Felício ficou sozinho! Não vendo outra saída, ele concordou em fazer as pernas de pau, mas ia levar anos. Quis saber então quais os Sacis que iam ser atendidos primeiro. Aí sim o tumulto foi grande, ninguém queria ser o último.
Foi quando Felício teve uma idéia. Ele viu uma enorme arca que haviam trazido para deixar no rancho e mentalmente resolveu a situação.
Dirigiu-se ao Saci-chefe:
- "O melhor modo de resolver quais serão os primeiros é este..." Pegou um punhado de feijão e esparramou no fundo da arca. Depois disse que quem pegasse mais grãos seriam os primeiros. Todos os Sacis concordaram e mergulharam na arca. Mas Felício havia esquecido do Saci-chefe. Foi quando então tirou-lhe da mão a perna de pau e atirou-a dentro da arca. O Saci nem piscou e também se jogou dentro da arca. O Felício então fechou-a. Chamou os homens e levaram a arca o mais longe possível. Desde então nenhum Saci apareceu mais por aquelas bandas.

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RELÓGIO




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Estive observando os meus blogs amigos , quando visitei o INFINITO DA CRIS, e vi esta reportagem que fiquei estarrecida! observe! CLIQUE AQUI, Alerta "Empresas que testam seus produtos em animais"