MEUS ARQUIVOS
▼
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
lenda do saci-perere
LENDA DA ORIGEM INDÍGENA DO SACI
Fonte:
http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendasaci1.htm
Um tuxaua tinha dois filhos. O tio odiava os sobrinhos e convidou-os para ajudá-lo em uma derrubada de árvores para fazer um plantio. Os dois sobrinhos aceitaram.
Chegando na floresta, o tio embriagou os jovens e os assassinou por pura maldade.
Depois um dos assassinados perguntou ao outro:
-"Eu tive um sonho muito estranho e tu o que sonhaste?"
-"Sonhei, diz o outro, que nos lavávamos com carajuru".
-"O mesmo sonhei eu".
E resolveram voltar para a casa da avó. Vendo-os, a velha já ia aquecer o jantar, mas os dois netos disseram:
-"Ah! nossa avó, nós não somos mais gente, e sim só espíritos. Assim, sendo, nós teremos que te deixar, mas quando ouvires cantar: Tincauan...Tincauan!...foge para casa. Mas quando cantarmos: Ti....Ti...Ti...., então nos reconhecerás.
Ficaram os jovens, desde então, mudados em dois pássaros de agouro, de mistério e de morte. Um é Saci, o outro é o Matintaperera. Ambos nascidos de uma tragédia, só espalham desgraças e semeiam pavores.
Impondo-se à crendice popular como um pássaro possuído pelo demônio, o Saci, adquiriu feições de gente e à noite vagueava pelas estradas, cantando e assobiando.
Contam que nos tempos coloniais, quando se avistava uma moça magra, triste, pálida, logo diziam:
- "Isso é obra de Saci", porque, segundo os velhos colonos, as moças se apaixonavam por ele, sendo a morte a conseqüência inevitável desta paixão. Daí as quadrinhas consagradas no folclore popular:
"Menina, minha menina,
Quem te fez tão triste assim?
De certo foi Saci
Que flor te fez do seu jardim."
Sua imagem e sua lenda, sofreram transformações quando em contato com elementos africanos e europeus. Suas características comportaram muitas variantes. Cada qual o vê a seu modo. De suas diabruras foram narradas coisas espantosas. Não se têm conta do número de molecagens e sortilégios que o diabinho infantil praticou. À noite dava nó na crina dos cavalos, roubava os ninhos das galinhas, cuspia nas panelas quando a cozinheira era preta, deixava as porteiras abertas, assobiava como o vento nas janelas e nas portas, etc.
O cavalo era uma das suas vítimas preferidas. Segundo a crendice popular, o Saci corre as pastagens, lança um cipó no animal escolhido e nunca errou, trança-lhe a crina para amarrar com ela o estribo e, de um salto, ei-lo montado. O cavalo toma-se de pânico e deita a corcovear campo a fora, enquanto o Saci lhe finca o dente no pescoço e chupa seu sangue.
Uma curiosidade em relação ao Saci-Pererê é que ele pode tornar-se invisível com o uso do sua carapuça vermelha. Contam alguns, que onde se forma um redemoinho de vento que levanta muito poeira (pé de vento), é certo que dentro dele há um Saci. Para capturá-lo, deve-se jogar dentro dele um rosário ou uma peneira. Todo o Saci, como todo o diabinho, tem horror de cruz. Já outros, afirmam que ele usa um barrete feito de marrequinhas (flores da corticeira) e é o Saci que governa as moscas importunas, as mutucas e os mosquitos.
Mas porque nosso Saci tem uma perna só?
O Saci é considerado um fiel representante de um período social da história do Brasil: a época da escravidão. Portanto, não é por acaso que o Saci apresenta-se com uma perna só, pois todos os escravos fugidos que eram recapturados passavam por muitas torturas e muitas vezes eram esquartejados. O Saci retrata este negro escravo em sua luta contra o dominador e o discriminador. A falta da perna não é só metáfora, mas sim algo que realmente acontecia nesta época e passou para o folclore a partir das amas negras, ao contarem suas estórias para embalar os sonhos das crianças brancas.
Com o passar do tempo, a imagem do Saci rebelde e desordeiro, foi amenizada, forçosamente controlada e passou então para estória brasileira como um símbolo nacional, um mestiço que une classes sociais e as etnias. Mas sabemos que a verdade não é bem essa....!
O valioso livro "Contos Populares" de Lindolfo Gomes, conta-nos um curioso caso, em que domina o Saci. E, das eruditas notas explicativas, transcrevemos:
"A respeito do Saci, há uns que afirmam ser um negrinho de uma banda, ou de uma perna só, gênio em alguns casos benfazejo e protetor e em outros, perverso e malfazejo, que vaga à noite pelas estradas a perseguir os viajantes ou penetrar nos lares para praticar toda a sorte de malefícios e acender seu cachimbo, sempre armado de um cacetinho, pronto a descarregá-lo no lombo alheio. Já para outros, o Saci é um passarinho cabuloso e maléfico. Percebe-se logo que este mito saci foi com o decorrer dos tempos se ampliando de elementos míticos estranhos, como por exemplo, os da Escócia, com os quis, segundo Ramiz Galvão, muito se assemelha o "Trilby", do conto de Nodier e o diabrete "Robin", de que nos fala Shaskespeare, ora tão prestativo e ora tão perverso para com a gente da casa em que se instala."
Há também ainda, quem lhe pinte com feições mais perversas, descrevendo-o como o "terror dos caçadores", que salta à garupa dos cavaleiros, chibatando-os e torturando-os.
Foi Monteiro Lobato em seu livro "O Saci", quem mais popularizou este personagem, como uma entidade travessa. Conta-nos que ele nascia em um local da floresta conhecida como "sacizeiros", constituída de bambuzais. Desse local só sairá quando completar 7 anos e viverá até os 77.
Mas mesmo Lobato não conseguiu com sua obra apagar os traços estigmatizantes do Saci, pois a mentalidade da escravidão ainda era muito forte. Tais marcas só desaparecem bem mais tarde, quando a indústria cultural consegue domesticar o Saci e torná-lo tão somente um molequinho arteiro, que perdeu seus poderes mágicos e sua agressividade.
Serão suas travessura que lhe garantirão popularidade em todo o País e fora dele também.
o_want_mensage@yahoo.com.br
Notícia anterior Próxima notícia
METADE CARA, METADE MÁSCARA
Para adquirir este livro clique aqui
Encontro dos Escritores indígenas no Rio de Janeiro/2004
Eliane Potiguara, Membro Efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras
Lançamento do livro METADE CARA, METADE MÁSCARA, Global Editora
Literatura Indígena: Um Pensamento Brasileiro - Copyright 2005 © - All Right Reserved
terça-feira, 9 de agosto de 2011
achei no blog -REINO DA FANTASIA-LINDO!!!!
O MAIOR TESOURO
Ela procurou pelo filho por toda parte. Onde haveria de encontrá-lo? Afinal, era ainda tão pequenino... Como não se preocupar!
Embora às vezes fosse severa demais, nada justificava aquele sumiço.
Procurou, procurou...Foi então que se lembrou de que seu bebê gostava muito de doce.
"Quem sabe ele não estaria a procurar algum?" - pensou ela.
Assim, imediatamente,Dona Abelhinha tomou o primeiro vôo com o Senhor Besouro e foi até a Usina de Açúcar Mas, infelizmente, tinha se enganado, seu bebê não estava por ali.
Retornou para sua casinha tristonha. Onde mais procurá-lo?
Seu amigo Louva-deus lhe deu uma sugestão:
-Será, Dona Abelha, que seu bebê não se encontra em casa de amiguinhos?
Assim, incansavelmente, se pôs a procurá-lo e somente parou com a chegada da noite, afinal era difícil enxergá-lo.
Deixou a busca para o dia seguinte. Mas como dormir em paz? Onde ele estaria? Como estaria? Com frio? com fome? com medo?...
Dona Abelhinha em prece suplicou auxílio ao Pai Criador. Dormiu e sonhou com seu filhinho e com seus primeiros vôos, suas primeiras lições ao sabor do néctar das flores. E dormiu...
No dia seguinte, lá estava a pobre mamãezinha disposta a iniciar a sua busca quando o Senhor Besouro lhe disse:
- Dona Abelha, já procurou seu bebê entre os lírios?
- Ainda não!
- Pois deveria!
- Como sabes?
- Tenho lá meus pressentimentos!
Dona Abelha voou c entre o lodo lá estavam os lírios brancos a perfumar e embelezar tudo e todos a sua volta.
Sentiu paz, e qual não foi a sua surpresa quando ouviu uma voz fraquinha a chamar:
- Mamãezinha!...
Sim, era o seu bebê, ele estava atolado no lodo.
Voou para socorrê-lo.
Feliz pela presença da mãe, batia as asinhas, saltitante.
- Meu filho, que susto me deu. O quê fazes aqui, tão longe do nosso lar?
- Desculpe-me mamãezinha, procurava...
- O quê meu filho?
- A flor mais linda para presenteá-la. E quando a encontrei, fiquei tão emocionado que não percebi e me atolei.
Dona Abelha, também emocionada, abraçou seu bebê e falou com carinho:
- Vamos filho, para nossa casa, mamãe não precisa da flor mais linda e mais perfumada, eu já tenho você.
Assim, o filho beijou a sua mãe, confiante e feliz, porque sentiu realmente que era o seu maior tesouro.
Criança:
Acredite, se têm a graça de ter sua mamãezinha junto de você, agradeça a Deus. Valorize-a, respeite-a e ame-a muito. E nunca deixe de lembrar que você é o tesouro mais valioso de sua mãe.
autora: Tiamara
bjs,soninha
Postado por soninha às Terça-feira, Junho 28, 2011 0 comentários Links para esta postagem
Marcadores: Historinha Infantil., Tiamara